Os problemas no carro enfim nos dão uma trégua, e conseguimos atravessar as paisagens do interior do Nordeste percorrendo quase 1400km em três dias, algo realmente muito positivo pelas nossas condições, já com mais de 150 dias na estrada. Rodamos até chegar na Paraíba, em uma comunidade chamada Lajedo do Bravo.
Lá, nós descobrimos a difícil rotina de se viver na região mais árida do país, o Sertão do Cariri. O Sol nasce antes das 5h da manhã, e já começa a lida do campo, com o corte de macambira para alimentação do gado, a busca pela água, o trato da pequena plantação.
Djair, que nasceu no Lajedo do Bravo e hoje é arqueólogo, conta sobre as primeiras ocupações humanas nesta região, em um local de beleza rara: o Lajedo do Pai Mateus. Enormes esferas de rocha repousam sobre o solo, em um cenário espetacular. Djair também fala sobre sua família, e a praga da cochonilha que atingiu as plantações de palma em todo o semiárido nordestino. Eles e nos leva para fazer uma trilha em meio ao único bioma que é exclusivamente brasileiro, a Caatinga.
Em Cabaceiras, cidade ao lado, dezenas de filmes ja foram gravados. Tanto, que é chamada de Róliude Nordestina! Lá, conhecemos personagens locais, e entrevistamos o Paulinho, escritor de cordel e pessoa muito culta.
Com as histórias e imagens vividas neste lugar tão simples, que sobrevive com tão pouco, e ao mesmo tempo é tão rico em sabedoria, a Expedição Raiz se despede do lugar, em um momento muito caloroso entre a família que deixamos lá como se fizéssemos parte dela. De lá seguimos para a Bahia, para a Chapada Diamantina.
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